Frases prejudiciais: saiba quais são as frases que impactam crianças de forma negativa

É preciso ter atenção à maneira como nos comunicamos com as crianças, porque algumas frases prejudiciais podem atingi-las negativamente.

A motivação é um dos principais componentes para que crianças vivenciem uma educação plena. Levando isso em conta, o diálogo é uma prática essencial para que a família possa ajudá-las a se desenvolverem. No entanto, é preciso ter atenção à maneira como nos comunicamos com as crianças, porque algumas frases prejudiciais podem atingi-las negativamente.

A educação é um processo que acontece continuamente. Conforme as situações que merecem ser repreendidas vão surgindo, as nossas ações como pais e educadores precisam ser analisadas criticamente.

Muitas vezes reproduzimos algo sem nos questionarmos sobre o impacto que podemos causar na formação das crianças.

Vejamos algumas das frases prejudiciais mais comuns e por quais motivos elas causam um impacto negativo nos pequenos:

“Por que você não é igual ao seu irmão? ”

Apesar de o termo “irmão” ter sido utilizado como exemplo, saiba que ele pode ser substituído por “amigo”, “vizinho”, “personagem da televisão” ou qualquer outra pessoa.

Essa frase atinge diretamente a individualidade, ou seja, aquilo que faz a criança se identificar enquanto um indivíduo único, com gostos e visões próprios.

A insegurança pode ser desencadeada por causa disso, provocando um sentimento de desvalorização na criança e ferindo a autoestima dela.

Se preciso, dê exemplos e mostre qual o melhor caminho a ser seguido, mas evite, a todo custo, compará-la de maneira depreciativa a alguém.

Além disso, é fundamental que os pais e educadores tenham consciência de que ninguém é igual a ninguém, cada um tem suas características e particularidades especificas que formam a personalidade. Por isso, na educação, estimular a criança a ser uma versão melhor de si mesma é uma atitude mais honesta e respeitosa.

“Você não tem jeito! ”

Seja por repreensão, seja por humor, essa frase pode ser bastante prejudicial. Afinal, com ela, a criança interiorizará que a conduta por ela sustentada é normal e deve ser mantida. Isso pode, inclusive, torná-la agressiva ou demasiado imponente.

Ao afirmar que a criança “não tem jeito”, corremos o risco de naturalizar a atitude dela e determinar que aquele comportamento não vai mudar. O mais recomendado é explicar o porquê de determinada ação ser ruim.

 

Assim, aumentam as chances de aquilo não se normatizar e o erro servir como exemplo do que é indesejado.

“Se você for bem na prova, eu lhe dou o que você quiser”

De acordo com a psicóloga Ramy Aramy, em entrevista ao site Vix, esse tipo de estratégia ou falsa promessa é prejudicial: “Para um acordo ser positivo ou benéfico, ele precisa ser cumprido”.

Ou seja, você acaba iludindo e até mesmo desapontando as crianças com esse tipo acordo impossível. Imagine que ela tenha um desempenho incrível na escola, fique feliz e fantasie pedindo algo absurdo. Caso não possa presenteá-la, sua autoridade perante ela se desfaz.

É fundamental que o aprendizado seja valorado em detrimento dos bens materiais, que, em uma sociedade consumista como a nossa, recebem um valor maior do que o conhecimento. Por isso, os pais e educadores precisam construir valores sólidos junto às crianças, em vez de tentar barganhar.

“Tudo isso é culpa sua! ”

Transferir todo o peso de algo errado que acontece para uma criança tem um impacto muito negativo. É claro que, quando ela erra, precisa ser repreendida e ter a consciência do que fez.

Entretanto, pressioná-la como a grande responsável por tudo pode desenvolver uma tendência à autopunição e à responsabilidade excessiva para a idade.

É importante lembrarmos que estamos em constante processo de aprendizagem, e culpabilizar alguém não contribui para esse processo.

“Você não consegue tirar notas mais altas! ”

Se você pretende auxiliar no aprendizado, estude junto, acompanhe a evolução da criança e os conteúdos das matérias. Apontar os deslizes como fracasso ou incapacidade não é uma atitude positiva. A rispidez geralmente faz com que os mais jovens se sintam fragilizados e sem confiança.

Esse tipo de frase não é nada motivadora, e corre-se o risco de desencorajá-los a fazer algo por medo de não atender às expectativas.

A saúde emocional de uma criança é algo de inestimável importância. Sendo assim, evite ao máximo a utilização dessas frases prejudiciais, bem como de outras com sentidos semelhantes.

Fonte: Blog da Escola da Inteligência